sexta-feira, 17 de abril de 2015

Equipe do PEIF participa de procissões em Porto Xavier (Cerro Pelado) e San Javier (Cerro del Monje).

Procissão da Sexta-feira Santa em Porto Xavier e San Javier: a tradição dos cerros

Texto: Darlan Marchi


Com comunidades predominantemente católicas, as duas cidades que fazem parte do PEIF da região das Missões possuem alguns costumes em comum. Foi com a intenção de compreender e vivenciar um pouco da dinâmica cultural que caracteriza a região fronteiriça que parte da equipe do PEIF esteve no feriado do último dia 03 de abril, sexta-feira santa, participando da procissão do Cerro Pelado em Porto Xavier e da peregrinação do Cerro del Monje em San Javier/Argentina.

As festas religiosas nos morros da encosta do Uruguai convertem-se em uma atividade compartilhada na semana santa pelas comunidades das duas cidades. Mesmo não havendo uma interação entre as duas festas, as mesmas estão postas no período da quaresma e com suas peculiaridades, convertem a subida dos morros atividade de devoção. A lenda do monge (ver link: http://paroquiaportoxavier.blogspot.com.br/2014/04/o-monge-e-o-cerro-pelado.html) parece ser o elo desses dois eventos religiosos. Todavia, ela acontece na quaresma e pelo que se pode perceber o foco principal da romaria era a devoção à Jesus Cristo e a rememoração dos calvário.

A tradicional via sacra até o alto do cerro em Porto Xavier, realizada conjuntamente pelas igrejas católica e luterana, que reuniu centenas de pessoas. No alto do cerro, a última estação da via sacra, permitia vislumbrar a paisagem da cidade, dos campos e do rio Uruguai. 








Do lado argentino a procissão possui um apelo muito maior, com milhares de pessoas vindas de toda a província, um lugar histórico de peregrinação (ver link: http://www.svdargentina.org.ar/?p=3443 ). Foi preciso enfrentar longas filas de automóveis até a chegada ao alto do cerro, muitos comerciantes e ambulantes estavam vendendo todos os tipos de produtos. No alto do cerro havia toda uma estrutura para realização de cultos, estacionamento e a famosa capela construída, onde em fila as pessoas podiam tocar as imagens do altar e deixar seus pedidos e objetos em agradecimento pelas graças alcançadas. Lá do alto do Cerro o rio Uruguai de mostra exuberante em suas sinuosas voltas... Uma paisagem encantadora. 






Essas horas de vivência numa manifestação popular religiosa da fronteira contribuíram para observar importantes fatores culturais e sociais que compõem as comunidades das duas cidades-irmãs. Com suas peculiaridades, as duas cidades tem muito em comum. As festas da semana santa convergem em testemunhos de fé, lendas e misticismo em torno da figura do monge e seus milagres, e as paisagens naturais da encosta do Uruguai.

Atravessar o rio e observar as festas nos dois lados não foi perceber-se na divisa de dois países distintos, mas no centro desse lugar de troca e de compartilhamento. 

Vídeo da Procissão:
 

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