Oficina Patrimônio Cultural e Memórias de Fronteira


Oficina dia 01 de junho de 2015


                Na oficina deste dia participaram professores de diferentes escolas para dar continuidade em torno das memórias e do o patrimônio cultural de Porto Xavier. A proposta para essa data foi: “Patrimônio Cultural: trabalho de campo, metodologias de trabalho e Inventário de referências culturais”.

                A atividade desenvolvida nos turnos da manhã e tarde visou debater sobre aspectos da imaterialidade do patrimônio, seus significados e simbologias, desconstruindo a ideia tradicional de patrimônio de pedra e cal, inserindo as questões afetivas e subjetivas que lhe dão sentido. Assim, através de atividades práticas, como a observação minuciosa dos prédios e lugares no entorno da praça central da cidade, buscou-se ativar a sensibilização do olhar sobre os bens que compõem a paisagem da localidade e que são, muitas vezes, invisibilizados pelo cotidiano.

                A proposição teórica da oficina deste dia baseou-se nas ações do IPHAN ( Institudo do patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e do CRESPIAL (Centro regional para la salvaguardia del patrimônio cultural inmaterial de América Latina), a partir das quais discutiu-se os conceitos de referências culturais e patrimônio imaterial, bem como as metodologias utilizadas para o trabalho de campo para a realização de um inventário: as fichas, o levantamento de dados posterior, a história oral e o uso das TIC’s.

                Por fim, o grupo de professores participantes promoveu a listagem prévia dos referenciais culturais da cidade:

Referencial natural central:

       - O Rio Uruguai.

Lugares:

-          A Praça Ferdinando Albino Wendt e seu entorno;

-          O Porto;

-          As Ilhas – Grande, São Francisco e Colorada;

-          O morro do Cerro Pelado;

-          Usina  Coopercana;

Prédios:

-          As Igrejas: Evangélica Luterana, Católica, Ass. De Deus;

-          Mesa de Renda (Receita Federal);

-          Casarão Dona Bega;

-          Casa dos Marinheiros.

Saberes:

        - Modos de pesca;

        - Questões relacionadas a outras atividades: criação do gado, plantação de sementes crioulas;

        -  Alambiques artesanais;

        - A maneira tradicional de produzir a erva-mate.

        - A colheita da macela.

Celebrações:

-          Procissão do Cerro Pelado; (relacionar com a atividade-irmã de San Javier)

-          Festa de Nossa Senhora dos Navegantes;

-          Circuito Internacional da Pesca;

Objetos:

-          Os objetos do Museu da cidade;

-          Os objetos ligados aos lugares, celebrações, saberes;

-          Os seus objetos afetivos.


Oficina do dia 06 de julho de 2015
                Tradição, tradicionalismo e a cultura em constante transformação, esses foram os temas abordados na oficina do último dia 06 de julho de 2015, realizada com professores do Instituto Francisco Xavier . Através do artigo “Patrimônio, tradição e tradicionalismo: o caso do gauchismo, no Rio Grande do Sul” da antropóloga Maria Eunice Maciel, aprofundou-se o debate sobre o surgimento dos referenciais identitários do gaúcho e da invenção das tradições. Nesse sentido, através do jogo dos rituais do Teatro do Oprimido de Augusto Boal proposto pelo professor formador aos participantes, foi possível desenvolver uma discussão que mostrava a repetição cotidiana de rituais domésticos, que muitas vezes define posições específicas e papeis sociais, cristalizando de maneira indireta nichos de opressão e que resistem às transformações em voga.  Essa atividade transpassou depois ao texto onde o debate partiu dos seguintes questionamentos: A tradição é sinal de verdade? Toda a forma de tradição deve ser preservada?  A dicotomia entre preservação e transformação permeou o debate.
                No turno da tarde, foram abordadas possibilidades de atividades pedagógicas a serem desenvolvidas através das fichas de inventário. Para tanto, foram trazidos modelos das fichas desenvolvidas para o Programa Mais Educação que, através da supervisão do setor de Educação patrimonial do IPHAN, desenvolveu fichas e um manual de utilização para o professor. Posteriormente, o grupo de professores visitou o Museu Municipal de Porto Xavier que passa por um período de adequação e construção de sua narrativa expográfica através do trabalho da professora Eloa. Foram observados os objetos e elencadas temáticas através das quais esses objetos podem ser lidos.
                Por fim, os professores presentes comprometeram-se a realizar atividades através das fichas, e/ou reflexões de ações já realizadas em sala de aula, a partir das atividades de formação do PEIF no que tange a memória e ao patrimônio, para a produção de uma publicação com os resultados das atividades nas escolas.





Oficina 10 de Agosto de 2015

No dia 10 de agosto foi dado início ao segundo semestre de atividades do programa. Na oportunidade os formadores Darlan e Aline trabalharam com os conceitos de paisagem cultural e patrimônio e sobre o uso da fotografia como dispositivo para os projetos de ensino-aprendizagem.

As oficinas ocorreram nas escolas rurais. Escola Carlos Bratz na Linha São Carlos e Escola João Manoel Correa na Secção D. Os professores participantes ouviram explanações dos formadores e posteriormente realizaram uma atividade prática com suas máquinas fotográficas e celulares. O objetivo da atividade foi promover a sensibilização do olhar dos professores sobre as paisagens do entorno das escolas. Enquanto uma prática interdisciplinar permeou sobre a proposta: a observação do espaço e da ação humana sobre o ambiente natural e os diferentes tempos percebidos pelos elementos que compõe a paisagem (Milton Santos); o olhar estético e artístico para a captação da imagem; as memórias da localidade e os sujeitos que dão sentido a sua história; as reflexões sobre os possíveis usos dessas fotografias para o trabalho em sala de aula.
















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