terça-feira, 22 de abril de 2014

Saiba um pouco mais sobre o projeto

No ano de 2011, a Presidenta da República, Dilma Roussef, instituiu o Plano Estratégico de Fronteiras, por meio do Decreto nº 7496, de 8 de junho de 2011,  criando, assim, o plano  “Estratégia Nacional de Fronteiras (ENAFRON)”, organizado como um programa do governo federal para promover a articulação dos atores governamentais, das três esferas de governo, no sentido de incentivar e fomentar políticas públicas de segurança, uniformizar entendimentos e ações e aperfeiçoar o investimento de recursos públicos nas regiões de fronteira.
Para o cumprimento das metas desta ENAFRON, criou-se a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira (CDIF), que possui em sua estrutura o Grupo de Trabalho “Escolas binacionais de fronteira e Institutos técnicos de fronteira”, para apoiar as ações do PEIF no Brasil. A expectativa deste CDIF é implementar ações em 588 municípios na faixa de fronteira, em 11 estados brasileiros que fazem fronteira com 10 países da América do Sul.
Assim, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB) tem trabalhado na elaboração de subsídios para a expansão que tenha como meta cumprir esta expectativa do CDIF, articulando, em nível local e estadual com os partícipes, de modo a desenvolver as ações necessárias para o desenvolvimento regional e intercultural proposto.
O Programa Escolas Interculturais de Fronteira (PEIF) é desenvolvido no âmbito do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), em cidades brasileiras da faixa de fronteira de um lado e em suas respectivas cidades-gêmeas de países que fazem fronteira com o Brasil, de outro. Até o ano de 2013, os países envolvidos são: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Para o ano de 2014, pretende-se agregar Colômbia, Peru, Guiana e Guiana Francesa, incluindo, portanto, língua inglesa e língua francesa, respectivamente. Seu principal objetivo é o de promover a integração regional por meio da educação intercultural que garanta formação integral às crianças e aos jovens nas regiões de fronteira do Brasil com outros países.
As instituições brasileiras envolvidas no Programa são: Ministério da Educação; Secretaria de Estado da Educação; Secretaria Municipal de Educação; Universidade; Escola. Atualmente, outros parceiros estão sendo convidados para fortalecerem as ações desenvolvidas nas áreas de segurança e travessia nas fronteiras, tais como o Ministério da Justiça e a Polícia Federal.
A base legal do Programa no Brasil compõe-se de dois documentos: “Documento Marco Referencial de Desenvolvimento Curricular”, criado e aprovado no âmbito do MERCOSUL e; “Portaria MEC nº 798, de 19 de junho de 2012”, que institui o Programa em nosso País.
Este PEIF é desenvolvido na perspectiva da educação integral, organizada por meio de um currículo intercultural que integre as áreas de conhecimento e os componentes curriculares e garanta o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento aos estudantes, com a perspectiva de ampliação da jornada diária para 7 horas. Para isto, é necessário articular-se com outras ações, tais como: Programa Mais Educação (SEB/MEC), Programa Ensino Médio Inovador (SEB/MEC), Ações pedagógicas para jovens de 15 a 17 anos no Ensino Fundamental (SEB/MEC), Programa Saúde na Escola (MEC/MS), Programa Mais Cultura (MEC/MinC), Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (CAPES/MEC) e com o Programa Novos Talentos (CAPES/MEC), Programa Dinheiro Direto nas Escolas (PDDE/FNDE/MEC), dentre outros.
A metodologia utilizada pauta-se em projetos de aprendizagem como um possível caminho para as escolas interculturais multilíngues. A contribuição importante desta forma de organização metodológica é possibilitar que se escolham os projetos a serem desenvolvidos localmente, por grupo ou por escola, de acordo com o que se considere mais oportuno e de acordo com as diferentes realidades dos locais em questão. Isto implica em que as escolas ou os grupos diferentes possam realizar projetos distintos entre si sem perder de vista os objetivos relacionados tanto com a aprendizagem de conhecimentos escolares associados, por um lado, ao avanço da alfabetização plena na perspectiva do letramento e pelo outro, com os objetivos atitudinais associados à interculturalidade e ao manejo das demais línguas.
A formação continuada dos profissionais da educação que atuam nestas escolas tem sido desenvolvida por meio de ações de universidades federais com recursos oriundos da Lei Orçamentária Anual (LOA) e também por meio de pagamento de bolsas de pesquisa, autorizadas pela Lei nº 11.273/2006. Ainda no ano de 2013, as escolas que aderiram ao Programa Mais Educação e que participam do PEIF, receberão um recurso adicional por meio do Programa Dinheiro Direto nas Escolas (PDDE/FNDE/MEC) para desenvolver ações específicas que qualifiquem a formação integral dos educandos.
Atualmente, as universidades participantes do PEIF são: UNIPAMPA - Fundação Universidade Federal do Pampa; UFSM - Universidade Federal de Santa Maria; UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande Do Sul; UFPEL - Universidade Federal de Pelotas; UFMS - Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; UNILA - Universidade Federal da Integração Latino-Americana; UFGD - Universidade Federal de Grande Dourados; FURG - Fundação Universidade do Rio Grande; UFRR - Universidade Federal de Roraima; UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul. Para o ano de 2014, ingressarão: UFAC - Universidade Federal do Acre; UFAM - Universidade Federal do Amazonas; UFPR - Universidade Federal do Paraná; UNIR - Universidade Federal de Rondônia;
A formação continuada tem como público-alvo os professores e gestores das escolas participantes do Programa, que conta com carga horária anual entre 120 e 180 horas. Propõe-se que as universidades realizem acompanhamento pedagógico periódico às escolas, com o objetivo de construir e desenvolver o projeto político-pedagógico intercultural. Atualmente, atende-se a 17 escolas, em 11 municípios, com aproximadamente 250 professores, envolvendo 10 universidades federais. Para o ano de 2014, estima-se o atendimento a 108 escolas, em 36 municípios, com aproximadamente 2100 professores, envolvendo 15 universidades federais.
Nos dias 13 e 14 de junho de 2013, a Coordenação-Geral do Ensino Fundamental (COEF/DICEI/SEB/MEC) realizou um seminário em Chapecó/SC, nas dependências da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), com a presença das Universidades participantes e representantes dos municípios que atualmente integram o Programa, para definir eixos organizadores e estratégias para atingir as metas de a partir do ano de 2014.
Deste modo, definiu-se como Eixo 1, o” funcionamento do Programa na escola”, sendo necessário: a) o envolvimento de toda a escola; b) a definição de metodologias dos projetos de aprendizagem; c) a construção do projeto político pedagógico da escola intercultural (planejamento conjunto das ações) e regimento escolar; d) levar em consideração as especificidades curriculares e socioculturais das comunidades do campo, indígena e quilombola; e) dinamização do relacionamento com escola do país vizinho, definindo um plano de ação conjunto para a realização do intercâmbio docente, além de outras ações que promovam a interculturalidade, estendendo-se a todos os anos de escolarização da escola; f) a utilização das tecnologias da informação e comunicação disponíveis e necessárias.
Nomeou-se o Eixo 2 como “arranjo de gestão e condições a partir da secretaria de educação (municipal e/ou estadual), por meio das seguintes ações: a) construção de termos de cooperação técnico-pedagógico-financeira; b) adesão via Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (SIMEC); c) negociação de calendário de formação junto às universidades; d) transporte para os docentes que realizam o intercâmbio, como contrapartida ao Programa; e) articulação concreta com o Programa Mais Educação e Programa Mais Cultura e demais projetos/programas/ações locais; f) contratação de seguro de vida para os professores; g) designação de um servidor da área pedagógica para se responsabilizar pelo PEIF em seu território.
O Eixo 3 denominou-se de “formação continuada dos profissionais da educação básica sob a coordenação das Universidades”, cujas diretrizes são: a) compor o grupo local, b) formado por Coordenador-geral do PEIF, Coordenador-adjunto de Educação Integral, Coordenador-adjunto de Articulação e Acompanhamento Pedagógico (secretaria de educação), Pesquisadores, Professores Formadores (universidade), Professor Formador (coordenador pedagógico ou diretor da escola), Tutor a distância (universidade), Tutor presencial e/ou PIBID (universidade, para acompanhamento pedagógico na escola); c) promover a articulação, no espaço da Universidade, entre  educação integral e interculturalidade; d) articular-se com o comitê gestor de recursos financeiros de sua instituição; e) ofertar ações/cursos de aperfeiçoamento; f) contribuir para o repositório dos materiais de formação; g) agilizar os procedimentos de afastamento do país (trâmite interno das IES); h) definir arranjos que permitam realizar formações dentro das regiões de fronteira, nos municípios; i) elaborar produtos finais, resultantes de cada módulo de formação conjunta com outros países; j) articular as ações do PEIF com  o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES/MEC) e com o Programa Novos Talentos (CAPES/MEC); k) induzir a inclusão da temática “interculturalidade na perspectiva da educação integral” na formação inicial dos cursos de licenciatura e pós-graduação, e na pesquisa acadêmica; l) promover o uso das tecnologias de informação e comunicação; realizar o diagnóstico sociolinguístico das comunidades participantes do PEIF.
Propõe-se também que, na expansão do Programa, priorizem-se as escolas que aderiram ao Programa Mais Educação e ao Programa Ensino Médio Inovador, considerando o envio de recursos via Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e também o fortalecimento da Política de Educação Integral. A relação destas escolas consta dos anexos 3, 4 e 5 desta síntese.

Deste modo, a estruturação do Programa Escolas Interculturais de Fronteira delineia o cumprimento dos acordos estabelecidos com os demais países e a articulação com as demais políticas públicas que permitem o desenvolvimento regional e a formação integral dos sujeitos envolvidos neste processo educacional.

*Fonte: MEC

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